quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Cotas? Isso sim é que é preconceito

Sei que todos merecem estudar. Sim eu sei disso! Meu Deus, como pode ?
Será que os inventores dessa barbárie não vêem que o que o povo brasileiro precisa é de ensino de qualidade desde os primeiros anos de contato com a escola? Será que é tão difícil assim entender uma questão óbvia até demais?
Por favor, é revoltante saber que existem pessoas que se dizem tão inteligentes e que aprovam essa Lei. Isso sim é o que eu acredito ser racista.
Todos os cidadãos tem direitos assegurados pela Constituição. Não é necessário criar leis que diferenciam as pessoas pela cor da pele , porém é necessário dar condições para que todos tenham acesso às Universidades pela capacidade adquirida ao longo da vida estudantil.
SOU CONTRA AS COTAS SIM!!!
FAGUNDES VARELA


Luís Nicolau Fagundes Varela, nasceu na fazenda Santa Rita, município de Rio Claro, província do Rio de Janeiro, em 1841. Em 1859 transferiu-se para São Paulo, mas só conseguiu ingressar na Faculdade de Direito em 1862. Em São Paulo no curso prepara tório, começou sua obra literária e sua vida boêmia.
Em 1862 casou-se com Alice Luande, o primeiro filho deles Emiliano, faleceu no dia 11 de dezembro de 63 com apenas três meses de idade. O duro golpe inspirou-lhe “ O Cântico do Calvário”.
Tenta concluir o curso de Direito em Recife, mas a morte da esposa o faz retornar a São Paulo. Abandona então a faculdade e retorna para a fazenda onde nascera, desse momento em diante Varela passou a viver para a poesia .
No segundo casamento com Maria Belisária Lambert, teve duas filhas e um filho chamado Emiliano como o primeiro, que também faleceu prematuramente.
Assim desesperançado, o inditoso poeta faleceu em Niterói em 1875.
Na poesia de Fagundes Varela, podemos notar a tendência patriótica, a lírica e a religiosa. Nesses estilos o autor deixa clara a sua vocação poética.
A atmosfera romântica contribuiu para enquadrar a sua inspiração, estimulando-o a percorrer caminhos mais ou menos estabelecidos. Mas nosso poeta estava quase sempre ameaçado pelo álcool.
Com o poema “Cantos do Ermo e da Cidade”, revela-se então o poeta insatisfeito dentro da civilização das cidades, encontrando apenas a tranqüilidade e a paz na solidão de nossas matas.
O mais solitário de nossos poetas, nesta fase, atinge com o “Cântico do Calvário”, a culminância de sua poesia lírica.
Para Edgard Cavalheiro, “ O poema é no consenso unânime da crítica, perfeito. Elegia das elegias, Salmo dos Salmos, é bem o ponto máximo de sua obra, como a morte do filho foi a dor maior de sua vida”.
Varela foi o maior paisagista de nossa poesia; sentiu nossa natureza e cantou-a com perfeição admirável; soube dar-lhe um colorido real e uma vibração que somente sua alma sensível poderia interpretá-la. Foi também o maior artista do verso branco, os mais melodiosos e doces em língua portuguesa.
A última fase de sua obra é essencialmente mística e dentre seus poemas religiosos, “Anchieta ou o Evangelho nas Selvas” é sua obra-prima.

Segundo o crítico Antônio Carlos Secchin, Varela foi vítima do pouco caso dos críticos e historiadores, sendo assim, sua obra ficou diminuída diante de outros poetas da sua época tais como Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias entre outros.
Varela foi no Romantismo o último arcanjo revel. A impressão deixada por ele é, com efeito, de que nada fez senão beber, poetar, vaguear e desvairar-se.
Porém, não podemos esquecer a sua capacidade extraordinária de escrever longos poemas com “O Evangelho nas Selvas”.
Por ter vivido na última fase do Romantismo, absorveu várias tendências anteriores.
Varela não é um poeta fácil nem contraditório. É injusto inferir que, perdendo-se entre as correntes, nada mais tenha feito que continuá-las, sem manifestar uma equação pessoal.


Cântico do Calvário

À memória de Meu Filho
Morto a 11 de Dezembro
De 1863.

Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. – Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro
Eras a messe de um dourado estilo
Eras o idílio de um amor sublime
Eras a glória,- a inspiração, - a pátria,
O porvir de teu pai! – Ah! no entanto,
Pomba, - varou-te a flecha do destino!
Astro, - engoliu-te o temporal do norte!
Teto, caíste! – Crença, já não vives!...

Nesse famoso poema podemos perceber não só o impacto emocional, mas também o cunho simbólico, onde fundem a experiência imediata (perda do filho) e a vista por ele aberta sobre o mistério da criação poética, surgindo entre ambos a morte como intercessor.

A Flor do Maracujá

Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá!
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.

Pelas tranças da mãe-d’água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas pumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.

Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá!

Pelo mar, pelo deserto,
Pelas florestas, sinhá!
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá

Por tudo que o céu revela!
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh’alma
De tua alma escrava está!!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá!

Não se enjoem teus ouvidos
De tantas rimas em – a –
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!


Exaltação do bucólico, regionalismo, familiaridade, harmonia. Poema rústico.
O PRÍNCIPE ENCANTADO CONTEMPORÂNEO


Era sábado, uma noite quente de verão, Luiza estava em seu quarto sentindo-se tão sozinha, tão triste, parecia que o amor havia trancado todas as portas, que ninguém olhava para ela. Quanta melancolia!
Foi então que ela pensou: “Vou entrar numa sala de bate-papo!” E foi isso mesmo que fez. Ao entrar foi bem categórica em seu nick: GATA DO PR 36, sendo assim, não precisaria responder às perguntas de praxe, tais como: Onde mora? Qual a sua idade? Isso cansa...
Teclou com várias pessoas, nenhuma interessante. Até que, de repente, surge um homem que lhe chamou a atenção. Seu nick? Ah, isso ela não lembra mais qual era. Também não tem importância, o que realmente interessa foi a história que eles viveram...
No início, Luiza não gostava dele e se arrependeu de tê-lo adicionado no MSN. Pensou muitas vezes em excluí-lo, porém resolveu dar-lhe uma chance e continuaram teclando. Ele foi ficando mais simpático e queria ser seu namorado virtual, mas Luiza não aceitou assim tão facilmente.
Os dias, ou melhor, as noites foram passando e aquele homem tão misterioso parecia ser a companhia ideal. Ele era carinhoso, romântico e escrevia coisas lindas para ela.
É chegado o momento de aceitar o pedido de namoro.
A partir daquele “sim” virtual o romantismo tomou conta da doce menina que vivia tão triste. Eles se falavam por torpedo, telefone, MSN, orkut e se viam pela web cam.
Trocaram juras de amor eterno e planejaram se casar e ter um filho. Queriam viajar e curtir a vida sempre juntinhos. Enfim, formariam uma linda família, um lar perfeito.
Ele só chamava Luiza de Branquinha, Estrela e outros apelidos carinhosos. Ela chamava-o de Poeta, pelos lindos depoimentos que ele deixava em seu orkut e também no MSN.
Passaram-se quatro meses exatos, desde o dia em que se conheceram, até que, numa tarde chuvosa de outono, sim, era sexta-feira treze, inclusive, quando Luiza, antes de conectar a Internet deu um beijo na tela do computador, pois ali estava a foto dele como plano de fundo. A saudade era imensa. Depois do beijo ela acessou e teve uma grande surpresa! Descobriu que seu amado, seu futuro marido, mesmo que fosse virtual, tinha dois perfis no orkut...

Estorvo

Todos somos sabedores que Chico Buarque é um dos maiores cantores e compositores da MPB e além disso, temos o privilégio de tê-lo também fazendo parte da nossa literatura.
A obra Estorvo trata de um homem cheio de conflitos que passa o tempo todo desde que viu pelo olho mágico da porta de seu apartamento – ou sonhou ter visto – um homem e a partir daí começa a imaginar o que aquele estranho (ou seria conhecido seu?) queria com ele. Começa a ter duas hipóteses para o desfecho de cada situação que cria . Pode-se considerá-lo um homem totalmente indeciso.
A história é autodiegética , ou seja, o narrador é a personagem principal.
É necessário ainda chamar a atenção para o detalhe de que nenhuma das personagens é citada pelo nome e sim minha irmã, mamãe, meu cunhado, o menino da cabeça raspada, os gêmeos, minha ex mulher, meu amigo, o delegado e assim por diante.
O narrador é bastante detalhista ao descrever a personalidade dessas pessoas. Ele fala das roupas que usam, a maneira como falam e andam, detalhes sobre o sítio abandonado pela família, do apartamento de sua mãe , que por sinal ele não visita faz tempo, e nós, leitores vamos formando a nossa idéia sobre tudo e todos.
O protagonista aparentemente anda pelas ruas de uma cidade grande e os únicos momentos em que demonstra algum tipo de sentimento são quando chove e isso o faz relembrar sua infância com a irmã , que era mais velha do que ele e já no final do livro quando é ferido por um homem que ele pensou que conhecia. Depois desse episódio ele entra no ônibus sem dinheiro e procura um lugar para sentar-se porque sente-se cansado.
Ao final dessa surpreendente história o leitor se depara com a dúvida : Este homem viveu tudo isso ou imaginou tudo sem que sequer tenha saído de dentro do seu apartamento? Fica a critério da imaginação e criatividade de cada um.
Vale muito a pena ler esse livro. A dica foi dada, espero que o leitor queira se deliciar com Chico Buarque escritor.
Até a próxima!

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